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07/11/2025

Hub da Circularidade promove diálogos para o futuro no Summit Agenda SP+Verde

Por Gil Stefani, especial para o Movimento Circular 

Nos dias 04 e 05 de novembro de 2025, a capital paulista se tornou palco do Summit Agenda SP+Verde, um evento internacional pré-COP de grande relevância. Promovido pelo Governo de São Paulo, Prefeitura de São Paulo e USP, o encontro reuniu especialistas, lideranças e representantes da sociedade civil para discutir os caminhos rumo a um desenvolvimento mais sustentável. No Parque Villa-Lobos, entre palcos de debates e iniciativas de inovação, o Hub da Circularidade – correalizado pelo Movimento Circular, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil), e patrocinado por Solví e Loga – destacou-se como um epicentro de discussões e ações práticas.

O Hub da Circularidade abrigou o palco de rodas de conversas, um espaço de debates que explorou a economia circular em suas múltiplas dimensões, desde políticas públicas e modelos de negócios inovadores até inclusão social, além da apresentação de cases circulares. Com uma programação intensa, o espaço proporcionou um mergulho profundo nas soluções e desafios para um futuro mais verde. Paralelamente, o Movimento Circular coordenou várias atividades práticas, em um ambiente de vivências e workshops que transformaram a teoria em ação.

Lançamento da Imersão Japão 2026: lições do país asiático

O primeiro dia do Hub da Circularidade foi marcado pela apresentação "Imersão Japão: Lições do Pioneiro Asiático em Circularidade". Moderado por Vinícius Saraceni, Diretor Geral do Movimento Circular, o painel contou com especialistas como Ana Bertelli, Jenny Sayaka Komatsu (Brechó do Carbono), Ugo Ibusuki (AOTS) e Telines Basilio, o "Carioca" (Coopercaps). Os palestrantes exploraram como a cultura japonesa, enraizada em conceitos como mottainai (não desperdiçar) e omoiyari (cuidar do outro e dos objetos), é fundamental para a circularidade, destacando as valiosas lições para o Brasil em educação ambiental e inclusão de catadores. 

imersão japão - lançamento
Da esquerda para a direita: Vinícius Saraceni (Movimento Circular), Jenny Sayaka Komatsu (Brechó do Carbono), a consultora Ana Bertelli, Ugo Ibusuki (AOTS) e Telines Basilio, o "Carioca" (Coopercaps). Imagem: Julia Ferraz/Especial para o Movimento Circular

A painel marcou o lançamento da "Imersão Japão 2026", um programa exclusivo de sete dias no país nipônico, previsto para maio do próximo ano. Com apenas 25 vagas para profissionais, a experiência incluirá visitas a grandes fabricantes, contato com acadêmicos e exploração de iniciativas de bioeconomia e cidades de resíduo zero. A Imersão Japão Circular Experience 2026 é uma realização do Movimento Circular em parceria com a AOTS, e as pré-inscrições já estão abertas.

Durante a abertura do Hub, Vinícius Saraceni pontuou a visão estratégica do Movimento Circular. 

"Economia Circular é uma agenda de oportunidades para novos negócios, emprego e renda". Ele destacou a colaboração multissetorial como pilar, afirmando que "ninguém a constrói sozinho, sendo necessária a união de diferentes atores". 

Exemplos como a produção de fertilizante orgânico pela Solví, a frota de biometano da Loga e o programa "Semana Circular" da Semil ilustraram essa sinergia. O presidente da CETESB, Tomás Isaque Pistolezi, reforçou o papel da instituição na estruturação da agenda de sustentabilidade, com foco na transparência de dados e apoio a investimentos. Saraceni ainda ressaltou a importância do aprendizado contínuo, citando a experiência japonesa de crianças visitando centrais de triagem e concluindo que o Movimento Circular cumpre seu papel de ser uma "plataforma de letramento e educação contínua para a economia circular".

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Gilson Ademir Piovesan (WEG), Patrícia Acioli (Scania), Marcelo Cerqueira (Solví) Erik Trench (Ultragaz) no painel sobre descarbonização dos transportes. Foto:  Julia Ferraz/Especial para o Movimento Circular

Biometano, plástico e inclusão social: aprofundando a circularidade

Outros painéis abordaram soluções para a descarbonização do transporte, destacando o biometano como uma fonte de energia circular, gerada a partir de resíduos orgânicos, e a necessidade de um ecossistema colaborativo entre setor privado, governo e terceiro setor. 

Iniciativas e negócios de impacto positivo em São Paulo também tiveram seu espaço, com apresentação de cases, como "Ecowork - tecido proveniente do reuso de uniformes" (Grupo Ideal Work); o "Filme Shrink PCR Lord com resina reciclada pós-consumo Dow REVOLOOP" (Lord); e a "Ecoari - Transformando Caieiras/ SP em referência nacional em economia circular" (Ecoari). Veja relação completa aqui.

O impacto social da circularidade foi tema central do painel "Circularidade que Transforma: Trabalho, Inclusão e Novos Ciclos de Vida", que enfatizou a valorização de resíduos, a criação de "empregos verdes" para mulheres em vulnerabilidade e a formalização do trabalho dos catadores, dos quais 70% são mulheres. O painel "Direitos das Mulheres e Economia Circular" também reforçou o protagonismo feminino como agente de transformação.

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O painel “Direitos das Mulheres e Economia Circular” foi composto por: Cláudia Teixeira (IPT), Emanoele Bezerra (Engajamundo), Soraya Romina (Secretaria de Estado de Políticas para a Mulher de São Paulo), Luciana Mazzola (Barracão Escola de Samba Vai Vai) e Marciele Delduque (CUFA). Foto: Movimento Circular.

No segundo dia, projetos como o Rede Transforma (inclusão de catadores autônomos) e a cooperativa ACAMAR (reciclagem e educação ambiental) exemplificaram o poder da inclusão. 

educação e circularidade
O painel “Educação e Circularidade” contou com a Marina Amorim (Movimento Circular) e a participação de Ana Herzog (Magazine Luiza), Denise Moreira dos Santos (Centro Paula Souza) e Robson Esteves (ABREE) - da esquerda para a direita. Foto: Movimento Circular

O painel "Educação e Circularidade" apresentou o case de sucesso "Mutirão do Eletrônico" do Magalu, em parceria com o Movimento Circular, o Centro Paula Souza e a ABREE - Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos, que engajou 100 escolas na coleta de resíduos, reforçando a corresponsabilidade e a educação de crianças e adolescentes como agentes de transformação.

CIRCULARIDADE DO PLASTICO
Da esquerda para a direita: Vinícius Saraceni (Movimento Circular), Elisabete Matos (Cooperativa Juntos Somos Fortes), Giancarlo Montagnani (Dow) e Paulo Teixeira (Abiplast). Juntos, integraram o painel sobre Circularidade do Plástico. da Foto: Divulgação/Movimento Circular

Os desafios e soluções para "A Circularidade do Plástico" foram debatidos, com foco no recente Decreto do Plástico, que exige 32% de coleta e reciclagem de embalagens descartáveis até 2026. A importância do catador profissionalizado e do Programa Recircula Brasil – a primeira plataforma nacional a rastrear resíduos plásticos – foi destacada. Projetos inovadores, como a reciclagem química de poliuretano (Purcom e Electrolux) e a transformação de garrafas PET em tecido para tênis (Rede SUL de Minas Gerais), foram apresentados, mostrando a força da inovação brasileira.

LANÇAMENTO DA CERTIFICAÇÃO CIRCULAR
Participaram do lançamento da Certificação Circular: Prof. Dr. Flávio de Miranda Ribeiro (coordenador técnico do projeto), Cláudia Teixeira (IPT), Mateus Peçanha (Zeros) e Vinicius Saraceni (Movimento Circular) - da esquerda para a direita. Foto:  Julia Ferraz/Especial para o Movimento Circular

Lançamento da primeira Certificação Circular Internacional

O Hub da Circularidade culminou com um anúncio de grande impacto: o Movimento Circular promoveu o debate "O Futuro é Circular: Novas Perspectivas e Certificação Internacional", oficializando o lançamento da primeira Certificação Circular Internacional. Moderado por Vinícius Saraceni, o painel contou com Cláudia Teixeira (IPT), Prof. Flávio de Miranda Ribeiro (coordenador técnico do projeto) e Mateus Peçanha (da Zeros).

A Certificação Circular Internacional, atualmente em fase piloto, tem previsão de operação plena para o primeiro semestre de 2026. Este esforço conjunto visa não apenas impulsionar práticas mais sustentáveis, mas também se consolidar como um instrumento para orientar e validar a economia circular em organizações de diferentes portes, estabelecendo um novo padrão global para a sustentabilidade corporativa. Saiba mais aqui.

Aprendizados “Mão na Massa”

O espaço de atividades práticas completou os debates com oficinas e vivências na circularidade. Os participantes puderam repensar produtos e processos (Mão na Massa de Economia Circular), transformar vidro em arte (Consciência Circular), aprender compostagem (Oficina de Compostagem com a Loga) e aprimorar a comunicação de temas circulares (Sherlock Comunications). 

O segundo dia trouxe experiências em ciência, tecnologia e sustentabilidade ("Tec@ Tricotando ComCiência"), um jogo colaborativo sobre o clima (Workshop Mural do Clima), vivências lúdicas sobre sustentabilidade para crianças ("Manu e a Ciranda de Tudo") e aulas de horta urbana ("Mãos na Terra").

O Summit Agenda SP+Verde, com o dinamismo de seu Hub da Circularidade, atuou como um catalisador de mudanças. A diversidade dos tópicos, a profundidade dos debates e a interatividade das oficinas refletiram o compromisso de São Paulo em se tornar uma referência global na transição para a economia circular. 

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